Super Bock Super Rock Lisboa 2008: Um dia de lembranças

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A viagem ao passado estava anunciada há muito. A digressão «Somewhere Back In Time», que trouxe os Iron Maiden ao festival Super Bock Super Rock Lisboa esta quarta-feira, celebra a carreira entre 1980 e 1989, uma verdadeira década de ouro para a banda inglesa.

E foi sob o tema do antigo Egipto – numa recriação do cenário da «World Slavery Tour», de 1985 – que o palco tomou forma e cor. Sarcófagos, murais com hieróglifos e estátuas do tempo da Cleópatra aumentaram a espectacularidade de um palco de dois andares. Pelo meio, efeitos pirotécnicos, um nevoeiro cerrado e o famoso Eddie, a mascote da banda, em versão futurista e múmia. Uma mega-produção à qual os fãs dos Iron Maiden já estão habituados.

Sem grandes atrasos, pelas 21h50, o discurso de Winston Churchill durante a 2ª Guerra Mundial fez-se ouvir nos altifalantes. Poucos seriam os que não adivinhavam já o tema de abertura: «Aces High». Já cinquentões, mas cheios de energia, os seis Maiden entraram «a matar», levando imediatamente ao êxtase os cerca de 30 mil espectadores.

A primeira de muitas histórias da noite levou-nos até à Batalha de Inglaterra, travada nos céus de Londres entre alemães e britânicos. O vocalista Bruce Dickinson conduziu a sua armada com a habitual dose de teatralidade. Se em «The Trooper» encarnou a personagem de um soldado britânico, fardado e empunhando uma enorme bandeira, já em «Rime Of The Ancient Mariner» vestiu uma capa negra e tomou conta de um velho navio à deriva.

Os clássicos dos Iron Maiden foram sucedendo-se à medida que a plateia os celebrava com as letras na ponta de língua e um copo de cerveja na mão bem erguido no ar. E que não se pense que este foi um concerto para «velhotes». É certo que havia quem já passasse a barreira dos 50, mas o dia do metal no Super Bock Super Rock 2008 recebeu a visita de um grande número de jovens, muitos deles não eram sequer nascidos na altura em que a maior parte das canções apresentadas foi escrita. E claro, não nos podemos esquecer das crianças, acompanhadas pelos pais, orgulhosos em fazer a passagem de testemunho.

Os anos passam e hinos do heavy metal como «Number Of The Beast», «Hallowed Be Thy Name» e «Run To The Hills» soam tão bem como nunca. O três guitarristas – Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers – trocaram solos entre si, acompanhados pelo coro de vozes vindo da assistência. Especialmente em «Fear Of The Dark», uma «batota» por não pertencer aos anos 1980, mas inevitável em qualquer concerto dos Maiden. Sem dúvida o mais bem sucedido concerto deste 14º SBSR.

O terceiro dia do festival marcou o regresso a Lisboa – ou Sacavém, se formos mais precisos – a acabou por ficar dividido entre o antes e depois dos Iron Maiden. O arranque foi dado pelas 18h00 com a filha do baixista Steve Harris, Lauren, a mostrar que tem a indumentária e as poses rock, mas que lhe falta uma projecção de voz capaz de acompanhar o hard rock (ultrapassado) praticado pela sua banda.

Depois foi a vez dos Avenged Sevenfold, que os puristas recusam rotular de metal. Seja como for, a banda norte-americana contou com o apoio de um número significativo de fãs portugueses e não os deve ter desapontado na apresentação do seu último disco.

Quanto aos Slayer, os reis do thrash metal activaram definitivamente o mosh pit do festival. Aos temas mais recentes como «Jihad» e «Disciple», juntaram-se os incontornáveis «South Of Heaven», «Rain In Blood» e «War Ensemble».

Quem mais sofreu com a debandada geral pós-Iron Maiden foram os Rose Tattoo. Apesar de já andarem nisto há mais de 30 anos, os australianos foram recebidos com desconhecimento pelo pouco público que restou.

Já os Tara Perdida de João Ribas acabaram por atrair mais atenções. A banda de punk rock também tem fãs fieis que resistiram até às 01h20 para a ver actuar. «Nada A Esconder» é o nome do novo disco, mas os temas mais antigos também foram recordados, exemplo de «Batata Frita Pala Pala», interpretado a pedido do público.

Fiquem agora com as fotos do dia:

LAUREN HARRIS

AVENGED SEVENFOLD

SLAYER

IRON MAIDEN

ROSE TATTOO

TARA PERDIDA

PÚBLICO

Fonte: diario.iol.pt

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